segunda-feira, 9 de março de 2015

Ainda é preciso o Dia Internacional da Mulher

Quando me deparo com pessoas que não percebem a razão para manter a celebração do Dia Internacional da Mulher fico tão consternada.
Olhando para os dados de diversas organizações internacionais (ONU, UNISEF e OMS, entre outras), julgo que não restam dúvidas quanto à necessidade de eleger um dia para chamar à atenção para os problemas das mulheres em todo o mundo.
  • 66% das horas de trabalho, em todo o mundo, são feitas por mulheres, que também produzem 50% dos bens alimentares; mas só 10% dos rendimentos globais estão em mãos femininas;
  • Mais de 70% dos pobres de todo o mundo são mulheres e meninas;
  • Na maioria dos países, as mulheres ganham apenas entre 60% e 75% do salário médio masculino. Em Portugal as mulheres ganham, em média, menos 13% que os homens, o maior aumento registado desta disparidade na UE entre 2008 e 2013 (antes, situava-se nos 3,8%);
  • Dois terços dos iletrados em todo o mundo são mulheres. O aceso à educação primária é negado a 41 milhões de raparigas em todo o mundo;
  • As mulheres representam apenas 19% dos membros dos Parlamentos mundiais;
  • Entre 100 e 140 milhões de mulheres em todo o mundo foram submetidas a alguma forma de Mutilação Genital Feminina. Todos os anos, são mais 3 milhões de meninas e mulheres em risco, em todo o mundo. Esta prática deixa, anualmente, sequelas na saúde de 91,5 milhões de africanas;
  • Uma em cada três mulheres já foram vítimas de algum tipo de violência (física, psicológica ou sexual) e 150 milhões de raparigas com menos de 18 anos já sofreram algum tipo de abuso de natureza sexual;
  • Todos os anos entre 1.5 e 3 milhões de mulheres são mortas como resultado da violência de género e 38% dos assassínios de mulheres são cometidos pelo parceiro. Em Portugal, 40 mulheres foram assassinadas em 2014 (até 10 de dezembro), a grande maioria por maridos, companheiros ou ex-companheiros;
  • Todos os anos, 15 milhões de raparigas em todo o mundo casam antes de fazerem 18 anos, segundo a organização 'Girls Not Brides' – e uma em cada nove, nos países em vias de desenvolvimento,  estará casada antes de fazer 15 anos. As adolescentes que dão à luz antes dos 15 anos têm cinco vezes mais probabilidade de virem a morrer durante o parto do que quem é mãe depois dos 20 anos;
  • Entre  700 mil e 4 milhões de mulheres são vítimas de tráfico humano com fins de prostituição;
  • Mais de 60% dos infetados com o VIH, entre os 15 e os 24 anos, são mulheres;
  • Diariamente, as mulheres dedicam entre 1 e 3 horas a mais às tarefas domésticas do que os homens, e entre duas e 10 vezes mais ao cuidados dos filhos, idosos e doentes. Na UE, 25% das mulheres dizem-se afastadas do mercado de trabalho por serem cuidadores da família e da casa, por oposição a 3% de homens.

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