quinta-feira, 31 de maio de 2012
Christine Lagarde vs Grécia
A Directora Geral do FMI, Christine Lagarde, tem um vencimento anual de 372 mil euros livres de impostos, a que somam mais de 66 mil euros de despesas de representação.
No final de cada ano Christine arrecada 438 mil euros e não paga qualquer taxa ao Estado. A ser verdade, é natural que os gregos não a entendam. E as crianças africanas ainda menos..., in Fio de Prumo
E depois admiram-se de as pessoas não respeitarem nem os políticos, nem os tecnocratas.
quarta-feira, 23 de maio de 2012
PSD e CDS chumbam pedidos de audição de Miguel Relvas sobre o PÚBLICO
PSD e CDS chumbam pedidos de audição de Miguel Relvas sobre o PÚBLICO, in PÚBLICO online
Qual é a razão / fuindamento do chumbo?
Qual é a razão / fuindamento do chumbo?
AS PARCERIAS PÚBLICO PRIVADAS (o despautério continua)
Foi hoje publicado o Decreto-Lei n.º 111/2012. D.R. n.º 100, Série I de 2012-05-2 (Ministério das Finanças) que: Perguntas:
"disciplina a intervenção do Estado na definição, conceção, preparação, concurso, adjudicação, alteração, fiscalização e acompanhamento global das parcerias público-privadas e cria a Unidade Técnica de Acompanhamento de Projetos".
Vai mudar alguma coisa nas parcerias em vigor?
As alterações contratuais só são possíveis no sector laboral?
Aceitam-se apostas.
terça-feira, 22 de maio de 2012
A realidade Portuguesa vs. as políticas da União Europeia e
«O crescimento na União Europeia precisa simultaneamente de uma oferta competitiva e de uma forte procura. Os consumidores devem, pois, ocupar um lugar tão importante quanto as empresas nas políticas da UE. Precisamos de consumidores confiantes para impulsionar a economia europeia», declarou Viviane Reding, Vice-Presidente da Comissão e Comissária Europeia responsável pela Justiça. «Queremos estimular as compras transfronteiriças em linha, razão pela qual a UE e os seus Estados-Membros têm de adaptar os direitos dos consumidores à era digital. Demos os primeiros passos com a diretiva relativa aos direitos dos consumidores e com a proposta de modernização das regras de proteção dos dados, a fim de promover a confiança dos consumidores no comércio em linha. Como próximo passo, a Comissão tenciona modernizar as regras de 1990 relativas aos pacotes de férias, de modo a ter em conta o facto de cada vez mais pessoas reservarem atualmente as suas férias na Web. No entanto, serão precisas mais do que novas regras para que o mercado único digital funcione em benefício dos consumidores. Os Estados-Membros precisam de assegurar uma aplicação rápida e não burocrática das regras da UE, para que os direitos do consumidor se tornem uma realidade concreta para os 500 milhões de consumidores europeus.»
Ora, com a perda diária do poder de compra dos portugueses, já para não falar do número de cidadãos que vivem no limiar ou mesmo abaixo do limiar da pobreza, o conteúdo (louvável) da presente agenda, parece-me desfasado da realidade nacional.
Há momentos que tenho uma nítida sensação de que quem decide os destinos do mundo vive numa espécie de redoma, ignorando, inteiramente, a realidade do mundo.
«No atual contexto económico, aplicar uma política do consumidor sólida é uma necessidade. Capacitar os 500 milhões de consumidores europeus será determinante para o crescimento da economia europeia», afirmou John Dalli, Comissário Europeu responsável pela Saúde e Defesa do Consumidor. «A estratégia hoje adotada visa dar poderes aos consumidores e reforçar a sua confiança, fornecendo-lhes ferramentas para participarem ativamente no mercado, fazê-lo funcionar em seu benefício, exercerem o direito de escolha e garantirem uma aplicação adequada dos seus direitos. Tal será feito, nomeadamente, através da revisão do quadro da UE que garante a segurança dos produtos e géneros alimentícios no Mercado Único, do reforço da aplicação da legislação da UE relativa aos consumidores em cooperação estreita com as autoridades nacionais, de mais apoio aos consumidores que efetuam compras transfronteiriças através dos centros europeus do consumidor e de uma integração mais sistemática dos interesses do consumidor nas políticas da UE com maior relevância económica para as famílias.»
in Comissão Europeia - Comunicado de Imprensa.Ora, com a perda diária do poder de compra dos portugueses, já para não falar do número de cidadãos que vivem no limiar ou mesmo abaixo do limiar da pobreza, o conteúdo (louvável) da presente agenda, parece-me desfasado da realidade nacional.
Há momentos que tenho uma nítida sensação de que quem decide os destinos do mundo vive numa espécie de redoma, ignorando, inteiramente, a realidade do mundo.
sexta-feira, 18 de maio de 2012
BOM FIM-DE-SEMANA
Tinha tanta coisa para dizer (Grécia, Espanha, Portugal, FMI, BCE) mas como estou exausta, deixo apenas votos de um bom fim de semana.
sexta-feira, 11 de maio de 2012
terça-feira, 8 de maio de 2012
segunda-feira, 7 de maio de 2012
Jornais internacionais defendem que França e Grécia vão provocar reviravolta na política
Os resultados das eleições em França e na Grécia são vistos na imprensa internacional como respostas às medidas de austeridade na zona euro e um desafio à política de redução de custos da Alemanha. in http://noticias.sapo.pt/.
Por cá bem precisamos de alguma folga desta aperta austeridade que apenas e só atinge os mais fracos e a denominada classe média. Quanto aos “restantes” continuam, por entre os pingos da chuva” alegremente como se nada tivesse mudado. Até quando?
sexta-feira, 4 de maio de 2012
O Estado do País II (Sem qualquer Pingo de decoro Doce)
Contado, toda a gente acredita: o Pingo Doce dá um super-desconto, a população adere em massa, é um golpe genial. Visto, é inacreditável: uma turba faminta amotina-se, espanca-se, enlouquece, encena uma pilhagem sórdida. É uma miséria de marketing. É um marketing da miséria. "O balanço é positivo, considerando-se a acção como conseguida".
Contado, toda a gente acredita: o Pingo Doce dá um super-desconto, a população adere em massa, é um golpe genial. Visto, é inacreditável: uma turba faminta amotina-se, espanca-se, enlouquece, encena uma pilhagem sórdida. É uma miséria de marketing. É um marketing da miséria. "O balanço é positivo, considerando-se a acção como conseguida".
Primeiro, o acessório: este 1º de Maio alterou o equilíbrio na distribuição em Portugal. Este não foi um episódio único, foi uma afirmação de poder da Jerónimo, que vem perdendo para as estratégias agressivas de descontos da concorrência. O Continente chega aos 75% em certos produtos e horas; o Lidl está a quebrar 33%; o Pingo Doce entrou no jogo em grande estilo. Arrumou o assunto com uma bomba de neutrões. Pôs o país a falar disso. Arruinou o mês à concorrência. E fê-lo provavelmente perdendo dinheiro, o que significaria que comprou mercado.
Dar um desconto de 50% num cabaz significa ter uma margem média de 100% para ganhar dinheiro. Margens médias de 100% na distribuição são como manadas de gazelas na Atlântida, não existem. Dir-se-á: e os clientes com isso? É concorrência e a concorrência é linda. Pois, mas esta é feia. Porque se é abaixo de custo, a do Pingo Doce ou a do Continente, não é concorrência, é anti-concorrência. É destruir concorrentes que não suportam predações. É aniquilar fornecedores que as subsidiam.
A distribuição não é para meninos. É um negócio de margens reduzidas, negociações complexas, de um conhecimento quase doentio dos hábitos dos clientes. Fazem-se promoções ao meio-dia porque quem está com fome compra mais. Perfuma-se o ambiente com pão quente porque se vende mais. Dispõe-se os alhos ao pé dos bugalhos, nivela-se as prateleiras pela criançada, desnivela-se a iluminação entre dois corredores, puxa-se o lustro à fruta. É assim. E a Jerónimo Martins é o melhor grupo português a fazê-lo. É a empresa mais valiosa em Bolsa. Vale mais que a Galp.
Agora, o Pingo Doce inicia uma mudança estratégica. Esta é uma campanha de "hard discount", um posicionamento mais "baixo" do que o actual desta cadeia. É por isso que esta operação não tem a mão de Alexandre, o patriarca, mas de Pedro, o sucessor, que carrega uma década de grande sucesso deste modelo na Polónia. Esta é a afirmação, surpreendente e bombástica, da sua gestão. Vem aí mais disto. "Hard discount" quer dizer desconto duro. Assim será: duro. Vale tudo menos arrancar olhos?
Também vale arrancar olhos. Assim foi neste 1º de Maio. Cenas lúgubres em todo o país. Os gestores viram um livro de marketing a ser implementado. Os economistas viram um livro com curvas de oferta e procura. Os juristas viram um livro de direito da concorrência. Eu vi um livro de Saramago a escrever-se sozinho.
Já foi escrito: a reacção dos clientes é racional, nada a apontar. Faltou escrever: quem organizou o circo romano sabia ao que ia. E orgulhou-se no dia seguinte. Ficámos a saber como está o país. A violência que não se vê nas manifestações de rua comprime-se no afã vidrado de uma fila de supermercado.
Esta não é uma questão entre direita e esquerda, entre idiotas e ideólogos, entre moralistas e pragmáticos, não é distracção, não se compara com saldos de trapos nem com liquidações de livros. Porque nenhuma dessas promoções provoca estes tumultos descontrolados. Talvez só uma oferta de gasolinas produzisse a mesma loucura.
Numa entrevista notável, a Teresa de Sousa, publicada no Público este domingo, Rob Riemen, que não tem medo de falar de fascismo, afirma: "O espírito da democracia quer dizer que a verdadeira democracia é o oposto da democracia de massas." Riemen refere-se a Tocqueville ou a Gasset. "Ou Espinosa, para quem uma verdadeira democracia significa que somos mais do que indivíduos, aspiramos a ser pessoas de carácter, que não somos apenas motivados pelo medo, pela ganância, pela estupidez, mas capazes de um pensamento e de escolhas".
Acicatar a voragem desumana, como se viu neste Maio, não faz parte dos valores que Alexandre Soares dos Santos construiu. De defesa de salários dignos, de criação de postos de trabalho, de assistência social aos funcionários em dificuldades. Nem serão os valores de Isabel Jonet, que gere no Banco Alimentar situações de pobreza extrema com tacto social e dignidade individual. Isto é uma manifestação de poder autoritário.
Disse Frei Fernando Ventura, nessa noite, na SIC Notícias: "Quando vi as imagens do Pingo Doce, fiquei triste e alarmado. Vi isto na Venezuela, com o Chavez, exactamente o mesmo tipo de reacção. Fiquei com esta imagem como um ícone, ou como um contra ícone, uma mensagem de sinal contrário daquilo que é uma das urgências a descobrir hoje". E disse mais: "Nós, em alguns arroubos místico-gasosos, ficamos muito alarmados e muito agitados interiormente com a multiplicação dos pães e dos peixes. Se nós percebêssemos o que está ali (…). Só houve multiplicação porque houve divisão. A solução tem que passar por aqui: é preciso dividir para multiplicar e é preciso somar sem subtrair nada a ninguém. O segredo está aqui. A chave está aqui. E por aqui pode construir-se a esperança. Por aqui pode criar-se redes de relações, por aqui pode dizer-se às pessoas que a esperança é possível. É preciso organizar esta esperança."
Para o Pingo Doce, os descontos do 1º de Maio terão sido um golpe de marketing ou um anúncio de uma nova estratégia. Mas para os portugueses, que reviram um país negado e renegado, foi mais do que isso. Foi uma humilhação. Como no "Rei Lear", de Shakespeare: "Esta é a praga deste tempo, quando os loucos guiam os cegos". Pedro Santos Guerreiro, in http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=554473
Primeiro, o acessório: este 1º de Maio alterou o equilíbrio na distribuição em Portugal. Este não foi um episódio único, foi uma afirmação de poder da Jerónimo, que vem perdendo para as estratégias agressivas de descontos da concorrência. O Continente chega aos 75% em certos produtos e horas; o Lidl está a quebrar 33%; o Pingo Doce entrou no jogo em grande estilo. Arrumou o assunto com uma bomba de neutrões. Pôs o país a falar disso. Arruinou o mês à concorrência. E fê-lo provavelmente perdendo dinheiro, o que significaria que comprou mercado.
Dar um desconto de 50% num cabaz significa ter uma margem média de 100% para ganhar dinheiro. Margens médias de 100% na distribuição são como manadas de gazelas na Atlântida, não existem. Dir-se-á: e os clientes com isso? É concorrência e a concorrência é linda. Pois, mas esta é feia. Porque se é abaixo de custo, a do Pingo Doce ou a do Continente, não é concorrência, é anti-concorrência. É destruir concorrentes que não suportam predações. É aniquilar fornecedores que as subsidiam.
A distribuição não é para meninos. É um negócio de margens reduzidas, negociações complexas, de um conhecimento quase doentio dos hábitos dos clientes. Fazem-se promoções ao meio-dia porque quem está com fome compra mais. Perfuma-se o ambiente com pão quente porque se vende mais. Dispõe-se os alhos ao pé dos bugalhos, nivela-se as prateleiras pela criançada, desnivela-se a iluminação entre dois corredores, puxa-se o lustro à fruta. É assim. E a Jerónimo Martins é o melhor grupo português a fazê-lo. É a empresa mais valiosa em Bolsa. Vale mais que a Galp.
Agora, o Pingo Doce inicia uma mudança estratégica. Esta é uma campanha de "hard discount", um posicionamento mais "baixo" do que o actual desta cadeia. É por isso que esta operação não tem a mão de Alexandre, o patriarca, mas de Pedro, o sucessor, que carrega uma década de grande sucesso deste modelo na Polónia. Esta é a afirmação, surpreendente e bombástica, da sua gestão. Vem aí mais disto. "Hard discount" quer dizer desconto duro. Assim será: duro. Vale tudo menos arrancar olhos?
Também vale arrancar olhos. Assim foi neste 1º de Maio. Cenas lúgubres em todo o país. Os gestores viram um livro de marketing a ser implementado. Os economistas viram um livro com curvas de oferta e procura. Os juristas viram um livro de direito da concorrência. Eu vi um livro de Saramago a escrever-se sozinho.
Já foi escrito: a reacção dos clientes é racional, nada a apontar. Faltou escrever: quem organizou o circo romano sabia ao que ia. E orgulhou-se no dia seguinte. Ficámos a saber como está o país. A violência que não se vê nas manifestações de rua comprime-se no afã vidrado de uma fila de supermercado.
Esta não é uma questão entre direita e esquerda, entre idiotas e ideólogos, entre moralistas e pragmáticos, não é distracção, não se compara com saldos de trapos nem com liquidações de livros. Porque nenhuma dessas promoções provoca estes tumultos descontrolados. Talvez só uma oferta de gasolinas produzisse a mesma loucura.
Numa entrevista notável, a Teresa de Sousa, publicada no Público este domingo, Rob Riemen, que não tem medo de falar de fascismo, afirma: "O espírito da democracia quer dizer que a verdadeira democracia é o oposto da democracia de massas." Riemen refere-se a Tocqueville ou a Gasset. "Ou Espinosa, para quem uma verdadeira democracia significa que somos mais do que indivíduos, aspiramos a ser pessoas de carácter, que não somos apenas motivados pelo medo, pela ganância, pela estupidez, mas capazes de um pensamento e de escolhas".
Acicatar a voragem desumana, como se viu neste Maio, não faz parte dos valores que Alexandre Soares dos Santos construiu. De defesa de salários dignos, de criação de postos de trabalho, de assistência social aos funcionários em dificuldades. Nem serão os valores de Isabel Jonet, que gere no Banco Alimentar situações de pobreza extrema com tacto social e dignidade individual. Isto é uma manifestação de poder autoritário.
Disse Frei Fernando Ventura, nessa noite, na SIC Notícias: "Quando vi as imagens do Pingo Doce, fiquei triste e alarmado. Vi isto na Venezuela, com o Chavez, exactamente o mesmo tipo de reacção. Fiquei com esta imagem como um ícone, ou como um contra ícone, uma mensagem de sinal contrário daquilo que é uma das urgências a descobrir hoje". E disse mais: "Nós, em alguns arroubos místico-gasosos, ficamos muito alarmados e muito agitados interiormente com a multiplicação dos pães e dos peixes. Se nós percebêssemos o que está ali (…). Só houve multiplicação porque houve divisão. A solução tem que passar por aqui: é preciso dividir para multiplicar e é preciso somar sem subtrair nada a ninguém. O segredo está aqui. A chave está aqui. E por aqui pode construir-se a esperança. Por aqui pode criar-se redes de relações, por aqui pode dizer-se às pessoas que a esperança é possível. É preciso organizar esta esperança."
Para o Pingo Doce, os descontos do 1º de Maio terão sido um golpe de marketing ou um anúncio de uma nova estratégia. Mas para os portugueses, que reviram um país negado e renegado, foi mais do que isso. Foi uma humilhação. Como no "Rei Lear", de Shakespeare: "Esta é a praga deste tempo, quando os loucos guiam os cegos". Pedro Santos Guerreiro, in http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=554473
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